Fim de carreira de Glenn Greenwald
Depois de ganhar a mais alta honraria do jornalismo mundial, o prêmio Pulitzer, Glenn se dedica a propagar Fake News.
Glenn Greenwald é certamente um dos jornalistas mais impactantes da atualidade. Mostrou de forma inequívoca a existência de um sistema de vigilância Global operado pelos Estados Unidos da América numa série de reportagens dos vazamentos de Edward Snowden ao Washington Post e The Guardian. Além disso, era um dos editores do site The Intercept na época das notícias que mudaram os rumos do Brasil na série de reportagens da Vaza-Jato.
Entretanto, nos últimos dias Glenn passou de qualquer limite do bom jornalismo. Propagou Fake News. Em uma das maiores redes de notícias dos EUA: a FOX NEWS.
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A fala foi claríssima. Glenn acredita que os institutos de pesquisa manipularam as pesquisas em favor de Lula por qualquer motivo que seja. Quais as evidências apresentadas pelo nobre jornalista? Nenhuma. Apenas o fato de que muitas pesquisas erraram por muito e que outras erraram por pouco.
Isso é a definição de Fake News. Propagar uma informação sem base na realidade concreta dos dados, apenas por uma suspeita baseada em teorias da própria cabeça. Se Glenn ganhou um Pulitzer por mostrar DOCUMENTOS e os amarrar em uma série de reportagens importantes, dessa vez não o fez. Dessa vez apenas jogou uma teoria da própria cabeça com base em apenas uma desconfiança e um desconhecimento de como funciona a estatística. Glenn sequer consultou um ou vários estatísticos para tentar entender o motivo de tais erros.
Glenn ignora que se ele faz uma afirmação, pelo princípio da não inversão do ônus da prova, ele que deve dar suporte argumentativo para tal “teoria” e não o contrário. Fala pra milhões de pessoas algo que não é informação e sim suposição. O problema é que a maior parte das pessoas não entende essa sutil diferença.
Pois bem, eu apesar de não ser estatístico, tive várias aulas dessa matéria na faculdade de Física. E uma das coisas mais importantes da estatística é o processo de amostragem. Como pode uma pesquisa com apenas milhares de pessoas representar bem uma população inteira? Assim como numa fábrica de fósforos, não se testam todos os fósforos antes de as pessoas usarem. Caso fosse assim, ninguém conseguiria acender um fogão com fósforos usados. A amostragem predispõe o conhecimento da população. No caso de fósforos é bastante simples. Quando passamos para sistemas mais complexos como pessoas votantes em um país diverso, as coisas se tornam um pouco mais complicadas.
Um dos fatores que ajuda em pesquisas mais bem conduzidas é o conhecimento prévio da população que se está estudando. E como se conhece a população do Brasil? Uma das formas é através do CENSO. Eis que o CENSO não é realizado no Brasil desde 2010. Ou seja, a estratificação dessas milhares de pessoas a serem entrevistadas está baseada num retrato da população de 12 anos atrás. Não é preciso dizer que 12 anos são muito tempo para mudanças no padrão material das pessoas. Ou seja, a população pode estar mal representada nas pesquisas. Pode ser que um determinado grupo de pessoas esteja sendo subdimensionado. Esse é um dos fatores que pode determinar esses erros.
Além disso, antigamente talvez fosse mais simples analisar padrões eleitorais. Hoje as pessoas de todas classes sociais tem acessos a diferentes meios de comunicação. Estão em grupos do Whatsapp. Em grupos do Telegram. Não se informam apenas por uma empresa X ou Y de informações tradicionais. Antigamente existia a clara distinção. Classe A e B assistem muito alguns programas e leem determinadas revistas. Já as classes mais baixas assistem outros programas. Hoje em dia a informação está mais difusa. Talvez aí mais um dos motivos de dificuldade de representar bem a população para além do desconhecimento de como ela é de fato.
Outro fator que sempre influenciou as pesquisas é o fato de que elas representam um momento. E num mundo inundado por informações, tudo muda constantemente. Antigamente, após o debate da Globo, as pessoas iam ter pouco tempo e poucos locais para mudarem de opinião. O caso clássico de manipulação do debate de Lula em 1989 mostra isso de forma clara. Se o debate de 89 tivesse ocorrido em épocas de Twitter, em poucos minutos já teria uma thread explicando que a Globo editou as notícias do debate. No Tik Tok já existiriam vídeos desmentindo a manipulação e em poucas horas provavelmente esse vídeo teria atingido outras milhões de pessoas. Portanto, hoje em dia é claro que a informação é mais difusa e flui de forma muito mais complexa e rápida que em outros dias.
Talvez por esses motivos as pesquisas estejam errando tanto. O resto é apenas Fake News.
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