Reflexões sobre a Ignorância
Fazia tempo que eu não escrevia nada, mas acho que é um bom momento para refletir sobre a burrice. Isso porque nunca me senti tão burro em toda minha vida. É um tipo de ignorância e falta de conhecimento tão grande que me faltam palavras pra descrever. E isso é um sintoma da burrice aguda. Faltar palavras.
Mas como começou essa doença? Bom doutor, deixa eu te explicar.
Nos últimos seis meses estou trabalhando prestando serviço pra uma empresa de tecnologia. Não. Vamos escrever direito. Estou atendendo telefone. Trabalhando com suporte ao cliente. O emprego mais fácil que já tive na vida. Zero desafio intelectual. Hoje em dia sou tipo o Charles Chaplin naquela cena clássica. Só não aperto parafuso. Atendo telefone. E nessa empresa, por motivos de “segurança” não temos acesso a nenhum site. São oito horas por dia, das quais umas 4 horas são efetivamente no telefone e restante sobram de tempo livre. Nesse tempo livre, não há um livro para ler. Não tem um vídeo pra assistir. Até semana passada nem uma música para escutar tinha.
Pra não falar que não temos nada, podemos ver os vídeos da Deutsche Welle. Uma empresa de notícias alemãs. Que raiva que eu tenho dessa agência de notícias. Tanta raiva que me faz pensar que aquelas teorias da conspiração de que a televisão é feita para nos manipular parece real. Dado o tamanho da simplicidade das notícias e documentários. Aqui na Europa só parece que existem duas coisas acontecendo no mundo. Guerra na Ucrânia e na faixa de gaza.
Confesso que já sofri por ter que estudar demais na época que fazia Física. Na época que tinha que estudar pra fazer uma prova com 3 questões e duas horas pra responder. Era duro. Eu vivi do outro lado. Ter que resolver uma Equação Diferencial depois de modelar um problema físico. Vish! Não é bom não. É bonito? É. Uma espécie de arte, mas que pra dominar, tem que suar sangue. Ou pior. Tem que gastar muita energia pensando e concentrado.
E agora vivo o lado oposto. Um vácuo intelectual. Um vazio. Uma falta de problemas complexos. Apenas processos repetitivos. Sem desafios. Sem raciocínios complexos. Um sonho para alguns. Pra mim? Um martírio. Tem gente que é assim. Precisa de algum desafio intelectual. Precisa da mente colocada à prova para se sentir útil e feliz.
Simples demais o que escrevi? Sim. Tenho noção. Peço desculpas por fazer alguma pessoa ler algo tão burro. O problema é que se eu não começar a exercitar algo intelectual, daqui a pouco meu vocabulário vai estar reduzido a cem palavras em português.